Varizes e Derrames

Varizes e Derrames

Viva a vida a circular

Cerca de metade dos Portugueses sofre com Varizes e Derrames, mas opta por não fazer nada, apesar da sensação de cansaço ou peso nas pernas, comichão e, por vezes, mesmo dor ou edema (inchaço). O que inicialmente pode ser uma simples preocupação estética, é um caso de Doença Venosa que tem tendência a agravar-se e a originar problemas de saúde sérios, na ausência de tratamento.

É frequente que haja uma certa confusão na distinção entre Varizes e Derrames. Aliás, estas são manifestações diferentes de uma mesma patologia – a incapacidade do nosso sistema circulatório de levar o sangue bombeado pelo coração de volta ao mesmo, havendo uma acumulação nos membros inferiores com dilatação dos vasos (veias, vénulas e capilares). Contudo, enquanto os derrames são dilatações de pequenos capilares na pele, sob a forma de linhas muito superficiais com tonalidades entre o vermelho, arroxeado ou azul, as varizes são veias dilatadas que formam linhas sinuosas de localização subcutânea, provocadas pela alteração da estrutura das suas paredes e da função das suas válvulas.

A prevenção e tratamento precoce destas patologias é essencial para evitar problemas maiores. Saiba quais os sintomas e o que pode fazer para evitar o aparecimento de derrames e varizes ou quais os tratamentos ao seu dispor para livrar-se deles.

Derrames

As telangiectasias ou derrames, como vulgarmente são conhecidas, são pequenos vasos capilares subcutâneos, com poucos milímetros de comprimento, que pela sua cor roxa, vermelha ou azul, tornam-se muito evidentes e inestéticos, sobretudo para o sexo feminino.

Caso não sejam tratadas, as telangiectasias dilatam e provocam a estagnação do sangue. Elas podem ser o primeiro sinal de doença venosa, que mais tarde pode resultar em veias varicosas, levando ao aparecimento de varizesflebites ou a outras patologias, como trombose venosa.

É frequente que as primeiras telangiectasias surjam durante a gravidez. O aumento do peso, o enfraquecimento das paredes venosas, potenciado pela libertação de hormonas e o aumento da quantidade de sangue em circulação, aumentam a pressão sobre as veias e levam ao aparecimento dos derrames.

As telangiectasias são assintomáticas ou acompanham-se de sintomas leves. Se houver sintomas exuberantes, como veias varicosas, pernas cansadas, pernas pesadas, inchaço (edema) nas pernas ou dor, isso pode indicar um estadio mais avançado de insuficiência venosa. 

As telangiectasias podem ser incomodativas, mas geralmente não oferecem riscos graves de saúde, apesar de claramente inestéticas. Com dimensões até 2mm, estas pequenas dilatações vasculares intradérmicas são geralmente assintomáticas. Contudo, em alguns casos, esta patologia acompanha-se de dores tipo “sensação de peso” nos membros inferiores, comichão ou marcas avermelhadas na pele, sobretudo ao fim do dia ou em dias de temperaturas elevadas.

As telangiectasias podem evoluir para pequenas varizes com dimensão entre 2mm a 5mm, mas permanecem sempre assintomáticas.

As causas das telangiectasias não são completamente conhecidas, mas pensa-se que poderá resultar de uma mistura de fatores genéticos e fatores relacionados com o comportamento. Embora seja apontado o fator genético como a causa principal para o aparecimento e desenvolvimento destes pequenos vasos, o envelhecimento, o alcoolismo, a gravidez, o uso prolongado de anticoncepcionais ou de outros tratamentos hormonais, a excessiva exposição solar, a obesidade, o sedentarismo ou o demasiado tempo de pé também são fatores agravantes.

Minimize ou anule as causas que podem favorecer o aparecimento de derrames e assegure um estilo de vida o mais saudável possível.

  • Utilize meias elásticas de compressão diariamente;
  • Evite a exposição excessiva ao sol ou calor ;
  • Evite ficar na mesma posição, sentado ou em pé, por longos períodos;
  • Eleve as pernas por 30 minutos diversas vezes por dia;
  • Faça exercícios regularmente;
  • Mantenha um peso saudável, compatível com a sua altura;
  • Evite o uso de anticoncepcionais hormonais.

O diagnóstico das telangiectasias é feito quase exclusivamente através de exame físico, pela observação da lesão por um médico especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular. Contudo, para diagnosticar ou eliminar um problema clínico maior, este poderá ter a necessidade de realizar outros exames  (tomografia computadorizada, análise das funções hepáticas, ressonância magnética, radiografias, etc.).

Quanto aos métodos que visam a intervenção direta sobre as telangiectasias, existem fundamentalmente 2 grandes opções:  Escleroterapia ou Laserterapia. A decisão final sobre qual o tratamento a utilizar será da responsabilidade do médico de Cirurgia Vascular após avaliação de cada caso específico.

A escleroterapia com polidocanol consiste na injeção intra-capilar desta substância esclerosante (líquida ou em forma de espuma) nos capilares ou arteríolas dilatadas. A substância suscita uma reação irritante do vaso sanguíneo que provoca a sua secagem e eventual absorção pelo organismo.

Este tratamento é feito no consultório, ao longo de diversas sessões, sendo recomendado sobretudo para telangiectasias nos membros inferiores.

O tratamento por laser pode ser útil para as pequenas telangiectasias e pequenas varizes, pois permite o tratamento transcutâneo de pequenas varizes e derrames vasculares, sem injectáveis e sem produtos químicos.

Derrames

Varizes

As varizes são veias dilatadas que ficam visíveis na pele. Para além do desconforto estético, as varizes podem ser prejudiciais à saúde e ao bem-estar físico, na ausência de tratamento. 

Estima-se que em Portugal cerca de 25% da população sofra de doença venosa crónica.

Devido à componente hormonal e à gravidez, as mulheres são mais afetadas pelo aparecimento de varizes.

A dor é a principal queixa, que se pode manifestar através da sensação de pernas pesadas e cansadas, cãibras, dormência e comichão. Pode ainda verificar-se inchaço, sobretudo nos tornozelos e pés, que se intensifica ao final do dia ou quando ocorre uma exposição prolongada ao calor.

Quando surgem alterações na cor e consistência da pele e esta se torna acastanhada, descamativa e endurecida, estes podem ser os sinais precursores de uma úlcera varicosa, situação clínica incapacitante, de difícil tratamento, e com impacto significativo na imagem e auto-estima.

Existem diversas causas para o aparecimento de varizes. Uma delas é fraqueza congénita ou herdada das paredes das veias, que as torna facilmente dilatáveis pela pressão natural do sangue. A exposição ao calor, o sedentarismo, longos períodos na mesma posição (de pé ou sentado), o excesso de peso e o próprio processo de envelhecimento são outros fatores de agravamento desta patalogia.

Para evitar o aparecimento de varizes, recomendamos que adopte as seguintes medidas:

  • Hidrate o corpo regularmente;
  • Não use calças de ganga muito justas, peças de roupa na zona do tornozelo ou botas muito apertadas;
  • Evite estar muito tempo na mesma posição (sentado ou de pé), caminhe um pouco ou ponha-se em bicos de pés várias vezes;
  • Evite tomar banho com água muito quente;
  • Evite o excesso de peso, o tabaco e as bebidas alcoólicas;
  • Evite a exposição prolongada ao calor;

O médico pode detetar as varizes através da observação clínica e, para determinar o seu estádio, pode realizar um Doppler ou Eco Doppler Venoso, exames não dolorosos, nem invasivos, que avaliam o fluxo venoso superficial e profundo.

No grupo das técnicas cirúrgicas de remoção dos vasos sanguíneos dilatados incluem-se a Escleroterapia, a Laserterapia, a Radiofrequência e a Cirurgia Clássica ou Stripping. A decisão final sobre qual o tratamento a utilizar será da responsabilidade do médico de Cirurgia Vascular após avaliação de cada caso específico.

A Escleroterapia consiste na injeção intra-capilar de uma substância esclerosante (liquida ou em forma de espuma) nos capilares ou arteríolas dilatadas. A substância suscita uma reacção irritante do vaso sanguíneo que provoca a sua secagem e eventual absorção pelo organismo.

Este tratamento, praticamente indolor, é realizado em consultório, ao longo de diversas sessões.

A Escleroterapia deve-se usar especialmente para tratar as varizes mais finas e algumas varizes tronculares.

O tratamento através de Radiofrequência é um procedimento minimamente invasivo para o tratamento de varizes, oferecendo mais vantagens que a cirurgia tradicional.  Consiste na destruição da veia varicosa através de radiofrequência. A energia aplicada conduz à coagulação e ao colapso da variz, que é posteriormente absorvida.

Esta técnica permite uma recuperação rápida, sem necessidade de internamento ou de administração de anestesia geral, por isso pode ser realizada em ambulatório. Como não são feitos cortes na pele, este método também não cria cicatrizes.

A Radiofrequência é um tratamento indicado para varizes diagnosticadas em fase precoce e sem qualquer alteração na pele.

Varizes

Marque uma consulta

Entre em contacto com a nossa equipa, que está sempre disponível para o ajudar

Hospital da Luz Vila Real

Hospital Terra Quente